segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cerveja: Jupiter IPA


Direto daqui de São Paulo, David Michelsohn criou a Cervejaria Júpiter com uma proposta simples: transformar aquela cerveja que fazia na própria panela de casa em negócio, porém com prudência. Primeiramente ele tinha uma receita de cerveja APA(ou American Pale Ale) que já tinha testado, aprovado e achava que seria um produto diferenciado no mercado brasileiro. Com a roupagem correta e apelativa ele a lançou em bares e em lojas especializadas e teve uma ótima recepção.

A bonita embalagem da Jupiter APA

Depois do grande sucesso da primeira cerveja. A Júpiter resolveu lançar uma segunda cerveja no mercado: A Jupiter IPA(India Pale Ale). Uma cerveja um pouco mais ousada por ser de um estilo teoricamente mais amargo e ao mesmo tempo adocicado, algo que não estamos acostumados a tomar normalmente no Brasil, onde o estilo predominante no supermercado é o American Lager(comumente - e erroneamente, mas isso fica para outro dia - chamado de Pilsen), um estilo menos encorpado e com sabor suave e refrescante.

 A não menos linda embalagem da psicodélica Jupiter IPA

A Júpiter IPA é uma cerveja que honra o estilo India Pale Ale, com doses altas de lúpulo. Aliás, na própria embalagem ela já anuncia alguns dados da cerveja e "Lupulagem Contínua" é um desses dados. Mas o que é "Lupulagem Contínua"? E afinal, o que é "lúpulo"? É algo que veio de outro planeta? Não. Lúpulo é uma planta que age como conservante natural e era simples e puramente usado para manter a cerveja fresca nas longas viagens que a cerveja fazia de um lugar a outro em épocas remotas. Foi no século XVIII que os Ingleses com o objetivo de manter o frescor da cerveja destinada a seu exército, resolveu colocar mais lúpulo na receita, criando assim uma cerveja muito mais forte e ao mesmo tempo muito aromática e refrescante.

Esses lúpulos MARAVILHOSOS
Mas e lupulagem contínua? Coloca-se normalmente numa cerveja IPA, uma dose de lúpulo antes e uma dose depois da brasagem da cerveja e cada uma tem um objetivo. Uma dose é para conservar a cerveja e a outra para dar aroma. Já na lupulagem contínua as doses de lúpulo são adicionadas conforme a cerveja é feita. Assim como numa receita que pede para que se salgue o que estiver cozinhando aos poucos, para assim extrair mais sabores do prato. O resultado é uma cerveja com 70 IBU (uma medida de amargor, tome como base que a cerveja do mercado pode chegar a 8 IBU e que o ser humano pode perceber até aproximadamente 100 IBU, ou seja, uma cerveja amarga), mas com sabores e aromas cítricos bem presentes e bem refrescante!

Linda no copo

No copo a cerveja pega uma corzinha mais bronzeada que a cerveja que costumamos tomar (vide foto) e a espuma dela não é algo tão alto e tão persistente. No aroma percebemos muito da citricidade da cerveja, como se estivéssemos sentido o aroma de um doce de maracujá com manga. No sabor confirmamos essa doçura por um breve momento até que o amargor toma conta da boca, depois da língua até por fim libertar da breve prisão a doçura. É uma cerveja para se tomar a 7° como o próprio rótulo afirma e eu recomendo demais tomar essa cerveja num dia de sol. Para acompanhar, prefira um clássico X-Burguer ou outro alimento "gorduroso".

Serviço:

Cerveja: Júpiter IPA
Estilo: India Pale Ale
Grad. Alcoólica: 6,5%
IBU: 70
Faixa de Preço: de R$10,00 a R$15,00 a garrafinha de 310ml


quarta-feira, 9 de julho de 2014

O Inescrito


De um tempo para cá, muito tem se visto de adaptações das obras clássicas, principalmente os contos de fadas que todos conhecemos, em contos passados e adaptados ao mundo real. Temos o exemplo da HQ que começou todo esse fuor: Fábulas e temos várias séries e filmes baseados nestes mundos ou com fortes ligações com estes como Once Upon a Time, Grimm entre outras. Então provavelmente do começo do novo milênio até hoje essas histórias já estão saturadas, certo? Bom, não é isso que veremos.

Algumas séries vêm para mudar o jeito que você olha para determinado assunto. O Inescrito (The Unwritten no original) criado por Mike Carey e Peter Gross é um bom exemplo deste fenômeno. A série conta a história de Tom Taylor (a curiosidade é que existe um escritor de HQ's com esse nome) que é o filho de Wilson Taylor, um escritor famoso e endeusado quase religiosamente por escrever uma série de livros de fantasia(que são muito baseados em Harry Potter) que contam a história do menino Tommy Taylor. Após a morte/sumiço do seu pai, Tom Taylor vive a vida de filho de celebridade visitando várias Comic-cons pelo país e odiando todo esse legado que ele não construiu, mas tem de seguir. De repente sua vida muda quando numa conferencia numa dessas convenções uma "repórter" chamada Lizzie Hexan diz na frente de todo mundo que ele talvez não seja quem pensa ser, que na verdade ele, como Tom Taylor, não existe e é uma farsa para ganhar dinheiro com sua fama. A repercussão é imediata e a partir daí as coisas degringolam e o mundo de fantasias que só existia nos livros parece se tornar cada vez mais real.


Ele encontra logo de cara o seu próprio Voldemort

Depois desse começo(isso acontece logo nas primeiras páginas do primeiro número) a história cresce de maneira absurda. O pai de Tom, Wilson, desde pequeno lhe ensinava fatos sobre livros e escritores (onde tal escritor escreveu tal livro, onde outro morou, onde outro morreu) que o menino odiava e depois de adulto bradava aos quatro cantos que tudo que o pai havia lhe ensinado era inútil. Pois bem não vou estragar a experiência de vocês dizendo detalhes, porém Tom encontra amigos e inimigos no caminho e descobre uma conspiração que envolve as histórias que a gente conhece muito bem da literatua mundial. Há edições em que ele visita a Alemanha nazista(pela visão de um livro dessa época), outra que ele visita a história de Moby Dick e até uma história em que Rudyard Kipling é o centro das atenções. A piração de Carey e Gross vai longe e se amarra com primor.

Até o coelho de Alice aparece de modo nunca visto antes.

Recomendo demais essa série. É uma HQ com o selo Vertigo, ou seja, com temática mais adulta e que faz cada linha de livro que eu li até hoje valer a pena e faz com que eu sinta ainda mais vontade de ler os clássicos. Esqueça essas adaptações fofinhas de livros para quadrinhos que cortam as grandes verdades escritas ali e apenas se atém a linha da história. O Inescrito pega todas essas histórias e suas verdades e coloca todo mundo pra dançar no (não tão) maravilhoso mundo literário.

Um show a parte: as capas de Yuko Shimizu